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quarta-feira, 24 de junho de 2015

12 super-poderes que estão perto de acontecer

Quem nunca imaginou como seria a vida caso fosse um super-herói? Que criança nunca fantasiou salvar o mundo usando habilidades incríveis?

Imaginação, fantasia e heróis são palavras que em breve não combinarão mais, visto que cientistas visionários e hackers podem hoje criar superpoderes reais por encomenda, em alguns casos ultrapassando as tecnologias pensadas nos quadrinhos.

Veja uma amostra das maravilhas que devem se tornar acessíveis muito rápido:

12. Superforça

 


Vista em: O Incrível Hulk, Homem de Ferro, e muitos outros

Por enquanto, não há tecnologia que lhe permita arremessar um carro ou esmagar um edifício com seu punho, mas uma nova gama de exoesqueletos sendo fabricada pode dar a seus músculos mais potência. Trajes de fibra de carbono da Lockheed Martin e da Daewoo podem levantar mais de 20 quilos sem cansar o usuário, além de serem leves o suficiente para que ele possa subir uma escada usando-os. A próxima geração de designs deve ser capaz de levantar cinco vezes mais peso. Caso você queira evitar um traje completo, membros biônicos como o Titan Arm (braço robótico) podem servir ao seu propósito.

11. Voo


Visto em: Capitão Marvel, Super-Homem

A superpotência mais romântica com certeza é a capacidade de voar. Jetpacks têm evoluído desde a década de 1960, mas só se tornaram viáveis nos últimos anos, graças a ousadia do piloto Yves Rossy, que cruzou oceanos e montanhas com dispositivos que ele mesmo inventou. Já o australiano Martin Jetpack deve trazer essa emoção para o público geral: ele pretende comercializar sua tecnologia em 2016, com uma mochila a jato capaz de viajar a 74 km/h em altitudes de 1.000 metros.

10. Invisibilidade

 


Vista em: Space Ghost, Homem de Ferro

“Capas da invisibilidade” que escondem objetos estão avançando rapidamente. A tecnologia funciona através da blindagem de objetos de ondas de luz, mas atualmente precisa para operar a partir de um ponto fixo. Diversas instituições líderes em pesquisa estão trabalhando para criar invisibilidade que permaneça durante o movimento. Um projeto criativo usa seda como material para a capa, de modo que o usuário não só não seja detectado, como faça isso em grande conforto.

9. Visão de raios-X

 


Vista em: Super-Homem, Mulher-Maravilha

Sim, óculos de realidade aumentada já estão sendo desenvolvidos. Uma startup americana, por exemplo, criou um que permite que os motoristas vejam através de portas de carro, adicionando ou removendo camadas da visão. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, também desenvolveram um sistema que utiliza sinais de Wi-Fi para construir imagens de objetos atrás de paredes, enquanto cientistas holandeses estão usando ondas de luz para ver dentro do corpo.

8. Respirar debaixo d’água

 


Visto em: Aquaman

Alguns grãos de cristal pode ser tudo o que precisamos para ficar debaixo d’água por dias inteiros. A descoberta de um novo mineral com poderes surpreendentes para absorver o oxigênio da água e mantê-lo durante longos períodos de tempo pode ter implicações profundas para mergulhadores e exploração submarina. Outra abordagem que alcançaria o mesmo efeito seria a criação de um traje que alimenta líquido oxigenado para seu usuário.

7. Ecolocalização

 


Visto em: Demolidor

Biohackers experimentais têm sido pioneiros no uso de implantes que lhes permitem detectar campos magnéticos e, assim, orientar-se sem necessidade de visão ou som. A tecnologia de ecolocalização, que imita os radares de morcegos, poderia ser transformadora para cegos e surdos. Cientistas profissionais estão estudando uma maneira de usá-la para mapear salas sem recursos visuais.

6. Telepatia / telecinésia

 


Vista em: Professor X

A comunicação através de ondas cerebrais está se tornando cada vez mais refinada conforme os cientistas melhoram a tecnologia de interface cérebro-computador. O laboratório Dr. Miguel Nicolelis tem sido capaz de passar mensagens entre dois sujeitos conectados em diferentes países, bem como mover objetos usando apenas o poder da mente. A tecnologia Biostamp promete fazer a atividade cerebral legível a qualquer hora, em qualquer lugar.

5. Visão noturna

 


Vista em: Fera, Noturno

O biohacker Gabriel Licina injetou clorina e6, um produto químico encontrado em peixes de profundidade, nos seus olhos para adquirir visão noturna temporariamente. Durante os testes, ele foi capaz de ver com precisão até 50 metros na escuridão total. Se isso parece muito assustador para você, uma variedade de lentes de contato biônicas podem oferecer função de zoom, melhorar a sua visão e conectar seus olhos à internet sem o uso de agulhas.

4. Autocura

 


Vista em: Tempestade, Wolverine

Um herói precisa ser capaz de se curar rapidamente, visto que o combate faz parte de sua vida, mas ele não pode demorar demais para voltar à ativa. O pessoal da Darpa (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, dos EUA) quer o mesmo para seus soldados: que eles possam continuar lutando mesmo com ferimentos. O grupo está desenvolvendo um implante miniatura para monitorar órgãos internos, capaz também de estimulá-los e tratá-los para manterem função perfeita. A tecnologia também pode ser aplicada no cérebro em caso de lesão física, bem como em condições mentais, como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

 3. Supervelocidade

 


Visto em: Blade, Flash

O laboratório da Darpa também está trabalhando em um jetpack leve que mantém o usuário no chão, mas ajuda-o a correr mais rápido e por mais tempo sem se cansar. Os testes iniciais resultaram em soldados correndo em tempos dramaticamente mais rápidos; essa velocidade extra poderia revelar-se fundamental para missões no campo de batalha. Futuras edições devem acelerar o ritmo ainda mais.

2. À prova de bala

 


Vista em: Batman

O traje elegante do Batman faz mais do que impressionar potenciais interesses amorosos. Porém, ainda que o Kevlar de Bruce Wayne possa parar uma bala, seria interessante se fosse mais leve, feito por exemplo a partir de um gel que endurece com o impacto, proporcionando maior proteção enquanto permite livre circulação. A empresa colombiana Miguel Caballero já produz uma gama de roupas à prova de bala que combinam qualidade, estética e estilo.

1. Escalar paredes

 


Visto em: Homem-Aranha

Inspirado em um animal conhecido como gecko, o programa “Z-Man” da Darpa permite que pessoas subam por um vidro vertical, utilizando um conceito da física chamado de “força de Van der Waal” para mantê-las conectadas a superfície. A Universidade de Stanford (EUA) também está desenvolvendo um sistema semelhante que funciona em outras superfícies além do vidro, carregando pesos maiores

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

10 raras mutações genéticas que conferem poderes incríveis

Em comparação com muitas outras espécies, todos os seres humanos têm genomas incrivelmente semelhantes. No entanto, mesmo pequenas variações em nossos genes ou ambientes podem fazer com que desenvolvamos características que nos tornam únicos. Estas diferenças podem se manifestar de maneiras comuns, como através da cor do cabelo, altura ou estrutura facial, mas, ocasionalmente, uma pessoa ou população desenvolve uma característica que os diferencia claramente do resto da raça humana.

10. Impossibilidade de ter colesterol alto


Enquanto a maioria de nós tem que se preocupar em limitar a ingestão de alimentos fritos, bacon, ovos ou qualquer coisa que nos dizem que está na “lista de aumento de colesterol” do momento, algumas pessoas podem comer todas essas coisas e muito mais, sem medo. Na verdade, não importa o que elas consumam, o seu “mau colesterol” (níveis sanguíneos de lipoproteína de baixa densidade, associados a doenças do coração) permanece praticamente inexistente.
Essas pessoas nasceram com uma mutação genética. Mais especificamente, elas não têm cópias funcionais de um gene conhecido como PCSK9. Enquanto geralmente quem nasce com um gene faltando é azarado, neste caso, o fato parece ter alguns efeitos colaterais positivos.

Depois que os cientistas descobriram a relação entre este gene (ou falta dele) e o colesterol, cerca de 10 anos atrás, empresas farmacêuticas têm trabalhado freneticamente para criar uma pílula que bloqueia o PCSK9 em outros indivíduos. A droga está perto de conseguir a aprovação da Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) norte-americana. Nos ensaios iniciais, os doentes que tomaram o medicamento chegaram a sofrer uma redução de 75% nos seus níveis de colesterol.
Até agora, os cientistas só encontraram a mutação em alguns de afro-americanos, e aqueles que têm esta característica genética se beneficiam com cerca de 90% de redução do risco de doença cardíaca.

9. Resistência ao HIV


Vários tipos de coisas poderiam acabar com a raça humana – colisões com asteroides, aniquilação nuclear e mudança climática extrema, só para citar alguns. Apesar destes favoritos de Hollywood serem os primeiros que lembramos, talvez a ameaça mais assustadora é algum tipo de super vírus. Se uma doença grave assolar a população, apenas os poucos que são imunes a ela teriam uma chance de sobrevivência. Felizmente, sabemos que certas pessoas são realmente resistentes a doenças específicas.
O HIV, por exemplo. Algumas pessoas têm uma mutação genética que desativa a sua cópia da proteína CCR5, que o vírus usa como porta de entrada para as células humanas. Assim, se uma pessoa não tem a CCR5, o vírus não pode entrar em suas células, o que torna extremamente improvável que ela seja infectada com a doença.

Dito isto, os cientistas acham que as pessoas com esta mutação são resistentes, mas não imunes ao HIV. Alguns indivíduos sem esta proteína contraíram e até mesmo morreram de AIDS. Aparentemente, alguns tipos incomuns de HIV descobriram como usar outras proteínas que não a CCR5 para invadir as células. Este tipo de habilidade é o que torna os vírus tão assustadores.

Pessoas com duas cópias do gene defeituoso são mais resistentes ao HIV. Atualmente, isto inclui apenas cerca de 1% dos caucasianos e é ainda mais raro em outras etnias.

8. Resistência à malária


Aqueles que têm uma resistência especialmente elevada à malária são portadores de outra doença mortal: anemia falciforme. Claro, ninguém quer a capacidade de se esquivar da malária só para morrer prematuramente em função de glóbulos deformados, mas há uma situação em que ter o gene falciforme compensa. Para entender como isso funciona, temos de explorar os conceitos básicos de ambas as doenças.

A malária é um tipo de parasita transportado por mosquitos que pode levar à morte (cerca de 660 mil pessoas por ano) ou, pelo menos, fazer alguém se sentir à beira da morte. A malária faz o seu trabalho sujo ao invadir as células vermelhas do sangue e se reproduzir. Depois de alguns dias, os novos parasitas da malária estouram para fora do glóbulo habitado, destruindo-o. Eles, então, invadem outras células vermelhas do sangue. Este ciclo continua até que os parasitas sejam parados por meio de tratamento, pelos mecanismos de defesa do corpo ou pela morte. Este processo gera perda de sangue e enfraquece os pulmões e fígado. Além disso, aumenta a coagulação do sangue, o que pode desencadear coma ou convulsão.

A anemia falciforme provoca alterações na forma e composição de células vermelhas do sangue, o que faz com que seja difícil para elas fluírem pela corrente sanguínea e entregarem níveis adequados de oxigênio. No entanto, como as células do sangue são mutantes, elas confundem o parasita da malária, o que torna difícil para ele anexar-se e infiltrar-se nelas. Consequentemente, aqueles que têm as células falciformes são naturalmente protegidos contra a malária.

Você pode ter os benefícios antimalária sem realmente ter as células falciformes, contanto que seja um portador do gene falciforme. Para chegar à anemia falciforme, uma pessoa tem que herdar duas cópias do gene mutado, uma do pai e uma da mãe. Se só tem um, a pessoa têm hemoglobina anormal o suficiente para resistir à malária, ainda que nunca desenvolva a anemia plena.

Devido à sua forte proteção contra a malária, o traço falciforme tornou-se altamente selecionado naturalmente em áreas do mundo onde a malária é muito difundida, indo de 10 a 40% das pessoas com a mutação.

7. Tolerância ao frio


Inuits e outras populações que vivem em ambientes intensamente frios se adaptaram a essa forma extrema de vida. Será que essas pessoas simplesmente aprenderam a sobreviver nesses ambientes, ou são de alguma forma biologicamente diferentes?

Moradores de zonas frias têm diferentes respostas fisiológicas a temperaturas baixas, em comparação com aqueles que vivem em ambientes menos gelados. Pode haver pelo menos um componente genético para essas adaptações, porque mesmo se alguém se muda para um ambiente frio e vive lá por décadas, seu corpo nunca atinge o mesmo nível de adaptação dos nativos que viveram no ambiente por gerações. Por exemplo, pesquisadores descobriram que os indígenas siberianos são melhores adaptados ao frio, mesmo quando comparados com os russos não indígenas que vivem na mesma comunidade.

As pessoas nativas de climas frios têm maiores taxas metabólicas basais (cerca de 50% maiores) do que aqueles acostumados a climas temperados. Além disso, eles podem manter a temperatura do corpo melhor sem calafrios e têm relativamente menos glândulas sudoríparas no corpo e mais na face. Em um estudo, cientistas testaram diferentes etnias para ver como a temperatura de suas peles mudava quando expostas ao frio. Eles descobriram que os inuits eram capazes de manter a temperatura da pele mais alta do que qualquer outro grupo testado, seguidos por outros norte-americanos nativos.

Estes tipos de adaptações, em parte, explicam por que os aborígenes australianos conseguem dormir no chão durante as noites frias (sem abrigo ou roupas), sem efeitos nocivos. Também é por isso que os inuits podem viver muito tempo de suas vidas em temperaturas abaixo de zero.

O corpo humano é muito mais adequado para se ajustar ao calor do que ao frio, portanto é bastante impressionante que as pessoas consigam não apenas viver, mas prosperar em temperaturas muito baixas.

6. Otimizados para grandes altitudes


A maioria dos escaladores que chegaram ao cume do Monte Everest não teriam feito isso sem um guia sherpa local. Por incrível que pareça, os sherpas costumam viajar à frente dos aventureiros para instalar cordas e escadas, e só assim os outros alpinistas têm a chance de chegar até as falésias íngremes.

Há poucas dúvidas de que os tibetanos e nepaleses são fisicamente superiores neste ambiente de grande altitude, mas o que exatamente lhes permite trabalhar vigorosamente em condições pobres em oxigênio, enquanto as pessoas comuns têm de lutar apenas para se manterem vivas?

Tibetanos vivem a uma altitude superior a 4 mil metros e estão acostumados a respirar o ar que contém cerca de 40% menos oxigênio do que ao nível do mar. Ao longo dos séculos, os seus corpos compensaram esse ambiente de baixo oxigênio desenvolvendo peitorais maiores e aumentando a capacidade pulmonar, o que torna possível para eles inalar mais ar a cada respiração.

E, ao contrário daqueles que vivem em baixas altitudes, cujos corpos produzem mais glóbulos vermelhos quando não são alimentados com oxigênio o suficiente, moradores de grandes altitudes evoluíram para fazer exatamente o oposto, produzindo menos células vermelhas do sangue. Isto porque, enquanto um aumento das células vermelhas do sangue pode ajudar temporariamente uma pessoa a obter mais oxigênio para o corpo, também deixa o sangue mais grosso ao longo do tempo e pode levar à formação de coágulos sanguíneos e outras complicações potencialmente mortais. Da mesma forma, os sherpas têm melhor fluxo de sangue no cérebro e são em geral menos suscetíveis ao mal da montanha (também conhecido como doença das alturas ou hipobaropatia).

Mesmo quando vivem em altitudes mais baixas, os tibetanos ainda mantêm essas características, e pesquisadores descobriram que muitas dessas adaptações não são simplesmente variações fenotípicas (ou seja, que se reverteriam a baixas altitudes), mas adaptações genéticas. Uma alteração genética particular ocorreu em um trecho do DNA conhecido como EPAS1, que codifica uma proteína reguladora. Esta proteína detecta a produção de oxigênio e controla as células vermelhas do sangue, explicando por que os tibetanos não superproduzem glóbulos vermelhos quando privados de oxigênio, como as pessoas comuns.

Os chineses han, parentes de terras baixas dos tibetanos, não compartilham essas características genéticas. Os dois grupos se separaram um do outro cerca de 3 mil anos atrás, o que significa que essas adaptações ocorreram em apenas cerca de 100 gerações, um tempo relativamente curto em termos de evolução.

5. Imunidade a uma doença cerebral


Caso você precise de mais um motivo para evitar o canibalismo, saiba que comer nossa própria espécie não é uma escolha particularmente saudável. O povo Fore de Papua Nova Guiné nos mostrou isso em meados do século XX, quando sua tribo sofreu com uma epidemia de Kuru – uma doença cerebral degenerativa, fatal e endêmica da região que se espalha pela ingestão de outros seres humanos.

Kuru é uma doença priônica relacionada com a doença de Creutzfeldt-Jakob (que afeta seres humanos) e a encefalopatia espongiforme bovina (doença da vaca louca). Como todas as doenças de príon, o kuru dizima o cérebro, enchendo-o de buracos semelhantes a esponjas. Os infectados sofrem um declínio na memória e intelecto, alterações de personalidade e convulsões. Às vezes, as pessoas podem viver com uma doença priônica por anos, porém, no caso do kuru, os doentes geralmente morrem dentro de um ano após mostrarem sintomas. É importante notar que, embora seja muito raro, uma pessoa pode herdar a doença de príon. No entanto, é mais comum que seja transmitida pela ingestão de uma pessoa ou animal infectado.

Inicialmente, antropólogos e médicos não sabiam porque o kuru havia se espalhado por toda a tribo Fore. Até que, no final de 1950, descobriu-se que a infecção estava sendo transmitida em celebrações fúnebres, nas quais os membros da tribo ingeriam seus parentes falecidos como sinal de respeito, em especial o cérebro. Principalmente as mulheres e crianças participavam do ritual antropofágico, sendo, consequentemente, os mais atingidos. Antes da prática funerária ter sido foi proibida, tinha restado quase nenhuma jovem mulher em algumas aldeias Fore.

Mas nem todos os que foram expostos ao kuru morreram por causa disso. Os sobreviventes tinham uma nova variação em um gene chamado G127V que os fez imune à doença cerebral. Agora, ele é bem difundido entre os Fore e povos que vivem ao redor – o que é surpreendente, já que o kuru só apareceu na região por volta de 1900. Este incidente é um dos exemplos mais fortes e mais recentes da seleção natural nos seres humanos.

4. Sangue que vale ouro


Embora frequentemente digamos que o sangue de tipo O é universal e qualquer pessoa pode recebê-lo, o caso não é este. Na verdade, todo o sistema é um pouco mais complicado do que muitos de nós imaginam.

Existem oito tipos de sangue básicos (A, AB, B e O, sendo que cada um das quais pode ser positivo ou negativo). Mas isso não é tudo. Atualmente, existem 35 sistemas de grupos sanguíneos conhecidos, com milhões de variações em cada sistema. O sangue que não se enquadra no sistema ABO é considerado raro, e aqueles que têm esse sangue possuem muita dificuldade para localizar um doador compatível quando é necessária uma transfusão.

Ainda assim, há sangue raro, e há sangue muito raro. Atualmente, o tipo mais raro de sangue é conhecido como “Rh-nulo”. Como o próprio nome sugere, ele não contém antígenos do sistema Rh. A falta de alguns antígenos Rh não é incomum. Por exemplo, pessoas que não têm o antígeno Rh D têm sangue “negativo” (por exemplo, A-, B- ou O-). Ainda assim, é extremamente extraordinário que alguém não tenha um único antígeno Rh. É tão extraordinário, de fato, que os pesquisadores encontraram apenas aproximadamente 40 pessoas no planeta com sangue Rh-nulo.

No entanto, esse sangue está muito à frente do O em termos de ser um doador universal, uma vez que mesmo sangue O negativo nem sempre é compatível com outros tipos de sangue negativos raros. O Rh-nulo funciona com quase qualquer tipo de sangue. Ao receber uma transfusão, nossos corpos provavelmente rejeitam qualquer sangue que contenha antígenos que nós não possuímos. Uma vez que o sangue Rh-nulo não tem antígenos Rh, ele pode ser doado a praticamente todo mundo.

Infelizmente, existem apenas cerca de nove doadores deste sangue no mundo, por isso ele só é usado em situações extremas. Por causa de sua oferta limitada e enorme valor como um salva-vidas em potencial, alguns médicos têm se referido ao Rh-nulo como o “sangue de ouro”. Em alguns casos, eles até rastrearam doadores anônimos (o que não deveria ser feito em hipótese alguma, já que a anonimidade não é insignificante) para solicitar uma amostra.

Aqueles que têm o sangue tipo Rh-nulo, sem dúvida, têm uma existência agridoce. Eles sabem que o seu sangue é, literalmente, um salva-vidas para outros com sangue raro, mas se eles próprios precisam de sangue, suas opções são limitadas às doações de apenas nove pessoas.

3. Visão subaquática cristalina


A maioria dos olhos dos animais é projetada para ver as coisas sob a água ou no ar – não em ambos. O olho humano, é claro, é adepto a ver as coisas no ar. Quando tentamos abrir os olhos debaixo d’água, as coisas parecem borradas. Isto é porque a água tem uma densidade semelhante à dos fluidos nos olhos, o que limita a quantidade de luz refractada que pode passar para dentro do olho. Baixa refração é igual a visão difusa.

Esse conhecimento faz com que seja ainda mais surpreendente que um grupo de pessoas, conhecido como Moken, tem a capacidade de ver claramente debaixo d’água, mesmo em profundidades de até 22 metros.

Os Moken passam oito meses do ano em barcos ou palafitas. Eles só retornam à terra quando precisam de itens essenciais, que eles adquirem por escambo de alimentos ou conchas recolhidas do oceano. Eles retiram recursos do mar usando métodos tradicionais, o que significa que não usam arpões modernos de pesca, máscaras ou equipamento de mergulho. As crianças são responsáveis por recolher alimentos, como mariscos ou pepinos do mar, do fundo do oceano. Através desta tarefa repetitiva e constante, seus olhos agora são capazes de mudar de forma quando debaixo d’água para aumentar a refração da luz. Assim, eles podem facilmente distinguir entre moluscos comestíveis e rochas comuns, mesmo quando estão muitos metros abaixo da água.

Quando testadas, as crianças Moken tinham visão subaquática duas vezes mais nítida que as crianças europeias. No entanto, parece que esta é uma adaptação que todos nós podemos ter, caso nosso ambiente exija, já que os pesquisadores conseguiram treinar as crianças europeias para realizar tarefas subaquáticas com tanto sucesso quanto os Moken.

2. Ossos super-densos


Envelhecer vem com uma série de problemas físicos. Um comum é a osteoporose, a perda de massa e densidade óssea. A doença leva a fraturas ósseas inevitáveis, quadris quebrados e coluna curvada – o que não é um destino agradável para ninguém. Ainda assim, nem tudo é má notícia, já que um grupo de pessoas tem um gene único que pode conter o segredo para curar a osteoporose.

O gene é encontrado na população afrikaner (sul-africanos com origem holandesa), e faz com que as pessoas ganhem massa óssea ao longo da vida, em vez de perdê-la. Mais especificamente, é uma mutação no gene SOST, que controla uma proteína (esclerostina) que regula o crescimento ósseo.

Se um afrikaner herda duas cópias do gene mutado, desenvolve a esclerosteose, o que leva ao crescimento excessivo e grave do osso, gigantismo, distorção facial, surdez e morte precoce. Obviamente, o transtorno é muito pior do que a osteoporose. No entanto, se só herda uma cópia do gene, além de não terem a esclerosteose, simplesmente têm ossos especialmente densos por toda suas vidas.

Embora portadores heterozigotos do gene sejam atualmente os únicos que se beneficiam destas vantagens, os pesquisadores estão estudando o DNA de afrikaners com esperança de encontrar maneiras de reverter a osteoporose e outras doenças ósseas na população em geral. Com base no que aprendemos até agora, eles já começaram estudos clínicos com um inibidor de esclerostina que é capaz de estimular a formação óssea.

1. Necessidade de pouco sono


Se às vezes parece que algumas pessoas têm mais horas no dia do que você, pode ser que elas realmente tenham – ou, pelo menos, passam mais horas acordadas. Isso porque há indivíduos incomuns que podem operar com seis ou menos horas de sono por noite. Eles não estão simplesmente dando um jeitinho. Eles prosperam com esta quantidade limitada de sono, enquanto muitos de nós ainda precisa se arrastar para fora da cama depois de dormir por oito horas sólidas.

Essas pessoas não são, necessariamente, mais resistentes do que o resto de nós. Em vez disso, elas têm uma mutação genética rara do gene DEC2, o que faz com que precisem fisiologicamente de menos sono do que a média das pessoas.

Se indivíduos sem essa mutação resolvessem dormir sempre seis horas ou menos, eles começariam a experimentar impactos negativos quase que imediatamente. Privação de sono crônica pode levar a problemas de saúde graves, como pressão alta e doenças cardíacas. Aqueles com a mutação DEC2 não têm qualquer um dos problemas associados com a privação de sono, apesar do pouco tempo que suas cabeças passam no travesseiro. Embora possa parecer estranho que um único gene mude o que nós acreditamos ser uma necessidade humana básica, aqueles que estudam a mutação do DEC2 pensam que ela ajuda as pessoas a dormir de forma mais eficiente, com estados REM mais intensos.

Aparentemente, quando temos um sono melhor, precisamos dormir menos. Esta anomalia genética é extremamente rara e só é encontrada em menos de 1% da população que afirma precisar de pouco sono – estes totalizam apenas 5% da população mundial. Assim, mesmo que você ache que tem essa alteração genética, você provavelmente só se acostumou a dormir pouco.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

10 teorias que explicam por que sonhamos

O estudo dos sonhos é chamado oneirologia, e é um campo de investigação que abrange a neurociência e a psicologia. Ainda assim, as razões pelas quais sonhamos ainda são misteriosas. Mas isso não impediu que os cientistas elaborassem algumas hipóteses bastante fascinantes. Aqui estão dez delas.


1. Realização de desejos


Um dos primeiros esforços sustentados para estudar cientificamente os sonhos foi liderado pelo psicanalista Sigmund Freud, no início do século XX. Após analisar os sonhos de centenas de seus pacientes, ele veio com uma teoria: os sonhos são realizações de desejos.

Qualquer sonho, não importa o quão aterrorizante ele seja, ele deve ser encarado como uma forma de obter algo que você quer, literalmente ou simbolicamente. Por exemplo, digamos que você tem um sonho terrível e triste com a morte de um ente querido. Por que isso seria a realização de um desejo? Talvez, Freud diria, você está tendo um conflito com esse alguém que seria facilmente resolvido se ele morresse.

2. Um efeito colateral acidental de impulsos neutrais aleatórios


A ideia de Freud sobre os sonhos é profundamente significativa. Eles podem revelar desejos e emoções que você não sabia que você tinha. Mas outra escola popular de pensamento sustenta que os sonhos são realmente apenas um efeito colateral acidental de circuitos ativados no tronco cerebral e estimulados pelo sistema límbico, que está envolvido com as emoções, sensações e memórias. J. Allan Hobson, o psiquiatra que popularizou esta ideia, sugeriu que o cérebro tenta interpretar estes sinais aleatórios, resultando em sonhos.

3. Codificação de memórias de curto prazo para o armazenamento a longo prazo



Talvez os sonhos sejam apenas histórias geradas aleatoriamente causadas por impulsos neurais, mas talvez também exista uma razão para eles. Para explorar essa ideia, o psiquiatra Jie Zhang propôs a teoria de que nossos cérebros estão sempre armazenando memórias independentemente se estamos acordados ou não. Mas os sonhos são uma espécie de área de "armazenamento temporário" da consciência, um local onde o cérebro guarda memórias antes de transformá-las de curto prazo para o armazenamento de longo prazo. Elas piscam através de nossas mentes resultando em sonhos, antes de serem arquivadas no cérebro.

4. A coleta de lixo


Essa ideia sugere que sonhamos para nos livrarmos de ligações e associações indesejáveis que se acumulam em nosso cérebro ao longo do dia. Basicamente, os sonhos são mecanismos de coleta de lixo, limpando nossas mentes de pensamentos inúteis e abrindo caminho para melhores. Essencialmente, sonhamos para esquecer. Os sonhos nos ajudam a eliminar a sobrecarga de informações da vida diária e mantém apenas os dados mais importantes.

5. Consolidar o que aprendemos


Esta teoria sugere que sonhamos para nos lembrar, em vez de esquecer. Ela é baseada em uma série de estudos que mostram que as pessoas se lembram o que aprenderam melhor se elas sonham depois de aprender. Como a teoria de Zhang sobre o armazenamento da memória de longo prazo, esta teoria sugere que os sonhos nos ajudam a reter o que aprendemos.

A teoria é sustentada por estudos recentes sobre trauma, que sugerem que quando uma pessoa vai dormir logo após uma experiência traumática, ela está mais propensa a se lembrar e ser assombrada pelo trauma. Assim, uma forma de triagem para pessoas traumatizadas é mantê-las acordadas e ativas por várias horas, mesmo se estiverem cansadas, para evitar que esta consolidação da memória traumática aconteça.

6. Uma consequência evolutiva do mecanismo de defesa "fingir de morto"


Com base em estudos que revelaram fortes semelhanças entre os animais que se fingem de mortos e as pessoas que estão sonhando, esta teoria sugere que o sonho pode estar relacionado com um antigo mecanismo de defesa: a imobilidade tônica, ou se fingir de morto. Quando você sonha, seu cérebro se comporta da mesma forma quando você está acordado, com uma diferença crucial: produtos químicos como a dopamina associados com o movimento e ativação do corpo são completamente desligados. Isto é semelhante ao que acontece com os animais que sofrem paralisia temporária para enganar seus inimigos, os fazendo pensar que eles já morreram.

7. Simulação de ameaça



A teoria anterior se encaixa muito bem com uma outra teoria evolutiva dos sonhos, desenvolvida pelo filósofo-neurocientista Antti Revonusuo, na Finlândia. Ele sugere que "a função biológica dos sonhos é simular eventos de risco, para então ensaiar a percepção de ameaça e evitá-la." As pessoas que têm esses tipos de sonhos são mais capazes de enfrentar as ameaças na vida real porque elas já se prepararam através destas simulações noturnas.

8. Resolução de problemas


A pesquisadora médica Deirdre Barrett sugere que os sonhos são uma espécie de teatro onde somos capazes de resolver problemas de forma mais eficaz do que quando estamos acordados - em parte porque a mente quando está sonhando faz ligações mais rapidamente do que quando está acordada.

9. Seleção natural


Segundo o psicólogo Mark Blechner, os sonhos produzem "mutações de pensamento." Nossa mente pode então selecionar estas mutações e variações para produzir novos tipos de pensamento, imaginação, auto-consciência, e outras funções psíquicas. Basicamente, os sonhos são a seleção natural de ideias. Isto pode estender-se ao nível das emoções, também.

10. Processamento de emoções dolorosas com associações simbólicas


Enquanto o modelo darwiniano dos sonhos sugere que estamos sempre transformando nossas idéias, ou eliminando as emoções inadequadas, um novo modelo de sonhos sugere que o processo soa mais como uma terapia do que uma evolução. Nós não estamos selecionando ideias mais adaptativas ou emocionantes - estamos apenas pegando essas ideias e emoções e colocando-as em um contexto psicológico mais amplo. Muitas vezes, o cérebro faz isso associando uma emoção a um símbolo.

Quando uma emoção clara está presente, os sonhos são muitas vezes muito simples. Assim, as pessoas que experimentam o trauma, como uma fuga de um prédio em chamas, um ataque ou um estupro, muitas vezes têm um sonho como: "Eu estava na praia e fui arrastado por uma onda." Este caso é paradigmático. É óbvio que o sonhador não está sonhando com o evento traumático real, mas em vez disso, seu cérebro retrata a emoção: "Estou apavorado. Estou impressionado."

Quando o estado emocional é menos claro, ou quando há várias emoções ou preocupações simultâneas, o sonho torna-se mais complicado. Temos estatísticas que mostram que esses sonhos intensos são realmente mais frequentes e mais intensos após um trauma. Na verdade, a intensidade do sonho central parece ser uma medida da excitação emocional do sonhador.

A teoria especula que esse tipo de associação entre a emoção e o símbolo ajuda a "amarrar" as emoções e tecê-las na nossa história pessoal. Possivelmente, esse tipo de associação simbólica foi uma adaptação evolutiva que ajudou nossos ancestrais a lidar com trauma em um mundo onde eles teriam tratado com muito mais eventos que ameaçam a vida do que a maioria de nós hoje.

Fonte: Science Blux.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

É possível para nós humanos alcançar a imortalidade um dia?

A vida consiste em três etapas fundamentais: nascimento, vivência (desenvolvimento e reprodução para a preservação da espécie) e morte. O humano é o único dos seres vivos que sempre questionou sua própria existência e, consequentemente, a morte. Porém, a questão que sempre ficou desde que nos entendemos por gente é: é possível alcançar a imortalidade?

Pode-se dizer que a imortalidade é um conceito ambíguo, uma vez que muitas pessoas consideram que se atinge a imortalidade ao ser perpetuado na História, por exemplo como responsável por grandes feitos políticos, sociais, artísticos, entre outros. Já em outro entendimento acerca do mesmo conceito, trata-se de vencer a morte literalmente, ou seja, existir fisicamente pela eternidade e não apenas em memória.

Sabemos que a morte sempre foi um tabu para a humanidade e diferentes culturas concebem este fenômeno da vida de maneiras bem características.

A questão fascina o homem desde o Egito Antigo. Os egípcios acreditavam que era necessário conservar o corpo do defunto para dar suporte à alma durante sua jornada rumo à vida eterna. Tanto é verdade que o corpo dos faraós era submetido a diversos rituais religiosos — que visavam a conceder sorte e proteção ao faraó — e procedimentos médicos para retardar o processo de decomposição do corpo.



Essas técnicas são, na atualidade, consideradas rudimentares, mas que contribuíram para a evolução da Medicina e da Anatomia, áreas em constante aprimoramento que dentro dos seus principais objetivos está a preservação da vida, pelo maior tempo possível.
Junto às ciências médicas e com a mesma finalidade de postergação da morte, estão as diversas áreas tecnológicas, como, por exemplo, a nanotecnologia e a robótica.

Humanos eletrônicos

O marca-passo é um aparelho eletrônico que possui o objetivo de regular os batimentos cardíacos através de impulsos elétricos. Sabemos que o dispositivo ajuda a salvar inúmeras vidas de pessoas com problemas cardíacos. Imagine se a mesma lógica do marca-passo, ou seja, utilizar estímulos elétricos para auxiliar no funcionamento de determinado órgão, fosse adaptada para outros órgãos?

No campo da robótica, o desenvolvimento de membros mecânicos — as chamadas próteses — para pessoas que tiveram algum membro amputado já não é mais uma novidade, assim como a utilização de robôs-cirurgiões com precisão milimétrica em microcirurgias. Entretanto, se pararmos para analisar, os robôs mais recentes não são criados exclusivamente para auxiliar nas atividades humanas, mas também são programados com a finalidade de imitar a própria vida humana.



Entre os dias 21 e 25 de outubro ocorreu, em Curitiba, a maior feira de tecnologia da América do Sul, a Robotec Fair 2009. A feira de robótica reuniu curiosos e amantes de tecnologia interessados em conhecer os projetos de diversas instituições de ensino e empresas. Sem dúvida alguma a atração eleita como a mais interessante pelos visitantes foi a Actroid, da Kokoro, empresa do grupo Sanrio.

A robô, réplica de uma mulher japonesa, é considerada a representação mais próxima do ser humano até hoje. Além das características físicas, a Actroid é capaz de reproduzir de maneira convincente movimentos e expressões típicas do homem enquanto responde ao público uma das 600 frases já programadas, mesmo que sejam um tanto limitados e não naturais.

O que se pretende com isso? Imortalizar a raça humana? Se sim, seria o robô um exemplar da raça humana? Se levarmos em consideração as pesquisas quanto à possibilidade de transformar toda a informação contida no nosso cérebro (sejam habilidades, lembranças, gostos ou sentimentos) em dados que possam ser lidos por máquinas, estas poderão até ser consideradas como os meios de as pessoas alcançarem a imortalidade. Isso se você acreditar que o ser humano é somente a sua racionalidade, o que pode ser contestado por diversas religiões, que consideram a alma como a verdadeira essência do homem.

Produção de órgãos sintéticos

Não é necessário discorrer sobre como a tecnologia evoluiu a favor da medicina ao longo das décadas e como isso contribuiu para a qualidade de vida das pessoas. Hoje em dia, vacinas e remédios são tratamentos extremamente comuns no combate de doenças, mas que levaram anos para serem descobertos. Agora imagine o quanto tempo demorou para aprimorarem-se as transfusões de sangue e transplantações de órgãos.



A primeira cirurgia de transplante foi registrada em 1954, na cidade de Boston, Estados Unidos, quando o médico Joseph E. Murray fez o implante de rim entre dois gêmeos idênticos. No Brasil, o primeiro transplante foi realizado em 1964, no Rio de Janeiro. Apesar dos dez anos de distância entre essas datas, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de países com maior número de transplantes por ano, ficando atrás da terra do Tio Sam.

O auxílio prestado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) quanto aos custos da operação contribui para o aumento de transplantações. Isso porque o Sistema é responsável pelo financiamento de 86% das cirurgias do gênero, ou seja, doador e receptor não precisam pagar pelos custos médicos. O número deve aumentar com as novas regras do Sistema Nacional de Transplantes, que passará a financiar também os transplantes de pele.

Mesmo com os investimentos na área, são mais de 60 mil pessoas esperando na fila por um transplante. O risco de rejeição é alto porque o sistema imunológico é capaz de distinguir, através de proteínas, sangue e tecidos do organismo dos corpos estranhos que possam vir a causar malefícios. O sistema produz anticorpos para combater o novo órgão caso o identifique como nocivo.

Entretanto, uma tecnologia que pode ser considerada uma grande esperança para os transplantes e, consequentemente, para a obtenção da vida eterna é a produção de órgãos sintéticos dentro de laboratórios. Isso já é uma realidade considerando que é possível atualmente produzir, por exemplo, um pâncreas humano para a produção de insulina.

A partir do momento que essa tecnologia evoluir ao ponto de que seja possível reproduzir qualquer órgão do corpo humano dessa mesma maneira, estaria aí configurada uma grande esperança para os que desejam a imortalidade. A vantagem desse procedimento é que os órgãos produzidos são capazes de conter a mesma carga genética do destinatário e superarem problemas de rejeição e outras dificuldades que os receptores enfrentam na fila de espera por um doador.

Mas será que conseguiríamos reproduzir todo e qualquer órgão independentemente? A princípio, a clonagem humana seria uma alternativa válida para esse problema, já que indivíduos "produzidos" por inteiro são completamente viáveis e possuiriam todos os órgãos que o seu "original" viesse a precisar. Mas ao mesmo tempo, seria ético e correto produzir clones humanos somente para esses fins? É justo sacrificar uma vida para salvar outra? Ou o clone não é precisamente uma vida humana independente?

Esse tema inclusive é abordado no filme A Ilha (2005). O que aparenta ser uma sociedade utópica, com habitantes programados para não pensar por si próprios, revela-se uma indústria de clones de milionários do mundo real. E o passeio na paradisíaca ilha era, na verdade, uma viagem de ida para a mesa cirúrgica, onde médicos realizavam o transplante do órgão que o dono do clone estava precisando.

Sorvete humano



Outra tecnologia presente em filmes, desde ficção científica até comédia, e que a realidade está trabalhando para tornar possível é o congelamento humano. O objetivo é preservar o corpo para que algum dia seja revivido, mas não se pode confirmar nada porque as pesquisas sobre o assunto estão em fase de aprimoramento por ainda não ter sido efetiva, já que nenhuma cobaia sobreviveu após o termino do procedimento.

Explica-se o congelamento uma vez que baixas temperaturas desaceleram as moléculas e diminuem consideravelmente a atividade celular. Se um dia a técnica alcançar o estágio final e concretizar o sonho da imortalidade, ao ponto de que um indivíduo possa ter seu corpo preservado durante anos e sobreviva ao descongelamento, pacientes de doenças consideradas incuráveis atualmente, como a AIDS, poderiam “hibernar” por longos anos até que uma cura fosse descoberta.

Se você pensa que o congelamento é uma novidade, está enganado. Na década 70, quase três mil cidadãos estadunidenses pagaram US$ 50 mil (na época) para congelar seus corpos após a morte, com a esperança de que pudessem voltar à vida no futuro. No entanto, por mais que estivessem protegidos dos agentes decompositores, eles não esperavam que outro fator pudesse prejudicar a conservação do corpo: alguns dos sujeitos congelados começaram a se despedaçar como pedras de gelo.

Para finalizar

Vimos que a busca da imortalidade impõe diversas dificuldades e possui inúmeras limitações no estágio de evolução tecnológica em que se encontra o homem nos dias atuais. Porém, ao mesmo tempo, podemos observar o surgimento de novas pesquisas que prometem revolucionar este campo.

Avançando para uma discussão delicada, é pertinente também nos questionarmos se a vida já não é eterna, visto que, segundo o entendimento dominante das mais variadas religiões espalhadas por todo o mundo, a vida física é apenas uma passagem.

Ainda que você, usuário, seja cético e não acredite nestas coisas, a eternidade humana traz questionamentos de cunho social, ético e moral. A questão vai muito além de apenas dizer respeito a uma mera possibilidade de que a vida possa ser eterna, mas também deve ser entendida em todos os aspectos que procuramos questionar ao longo do artigo e qual a real consequência que isso trará para a raça humana.

Fonte: Tecmundo.